quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Devemos fazer a nossa parte!

Sim, mas qual é a nossa parte?

Qual parte faz parte da parte que cabe ao cidadão comum?
Então, o que deve fazer a criatura que paga para nascer, para viver e ainda paga para morrer? Tem que pagar pra beber, tchê! E paga caro. Aliás, paga muito caro! Tanto pela água quanto pela falta d'água. Paga pela seca, morre queimado, torrado, enrugado. Morre de sede. E quando tem água, morre por não poder pagar pela água. E quando pode pagar por ela, ele também  morre de sede, porque não pode usá-la. Ele sempre morre. Por não poder pagar a água, a luz, a comida, o transporte. Por não poder pagar pela sua alma. O cidadão comum sempre é quem paga a conta. Sim! Faltou luz? O cidadão é o culpado.Tem que economizar. Viver no escuro. Teve condições de comprar um Split? Deve desligá-lo. Trabalhou não apenas o dia, mas a vida inteira para ter o direito de tomar um banho demorado? Quem foi que disse que ele tem direitos? Basta de banhos demorados! Mesmo depois de um dia ensolarado, suado e maltratado! Aliás, não deve mais abusar! Nada de água nas louças, na casa, no jardim, no pátio,  no carro, nas calçadas, no banho, na vida! Nem na alma! Nesse momento de controle, quem controla os gastos das fábricas, dos prédios públicos ou dos eleitos? Ou o consumo excessivo e promíscuo da água é  realizado somente pelo cidadão comum? Todos querem água! Água para viver! Aliás, viver para quê? Quem tem o direito à luz, à água, à vida e a uma alma sem sede? Quais são os direitos do cidadão comum?  Os votados por eles respondem: TEM DIREITO A PAGAR. PAGAR PARA NASCER, VIVER E MORRER. Por aqui eu paro. Devo poupar saliva. Saliva também é água. E a água custa caro. Então, devo me calar. Calar e pagar. - Cláudia de Villar.

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