quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Leitura de férias ou releitura da vida?

Eis que chega a época mais descontraída, mas suada e mais sorridente do ano: Férias de Verão. Época em que as pessoas soltam mais os sorrisos, as conversar e o corpo. Prova disso temos os bares lotados, as praias repletas de veranistas e a cidade mais vazia. Em tempo de férias, as pessoas tendem a estarem mais propensas ao bate-papo, aos encontros com amigos, às conversas sem sentido e descontraídas. Verdade ou mentira?
Nas malas e mochilas encontram-se os protetores solares, as cangas, os óculos de sol, as águas, os celulares e nas mãos são levadas as pranchas, as cadeiras de praia e os livros? Livros? Alguém leva algum livro para a casa de veraneio? Seja essa casa na praia ou na serra? Mar e livro combinam? Mato e livro combinam? Cachoeiras e livro combinam? Afinal, férias é época de leitura ou releitura da vida?
As pessoas querem se divertir. Querem começar a mudança prometida na virada do Ano Novo! Querem dar uma repaginada na própria história e, para começar uma vida nova, nada melhor do que novos dias, novos meses, início de temporada, início de uma nova pessoa. Quem quer ler nesse momento de renovação?
Então, o que há nas férias, leitura de livros ou releitura da vida? Alguém leva para as suas tão esperadas férias alguma obra literária? Se o período de férias requer descontração e união de pessoas, como ler em meio a tantas pessoas e corpos suados? Ler é um ato solitário e somente depois da leitura feita se torna um ato a ser compartilhado. Porém, infelizmente, tempos poucas pessoas que compartilham desse gosto: levar livros para as férias e, com esse quadro, mais uma vez a literatura é deixada para depois, na volta ás aulas, quando sobrar um tempo, num dia de chuva e aqui temos a soneca da tarde para disputar a atenção do indivíduo. 
Até quando a literatura será objeto de segunda opção? Até quando o refletir sobre a vida se dará também pelos caminhos das palavras? Seria a leitura sinônimo de “chatice”? Obrigação? Seria essa visão ou a não junção entre ler e prazer algo que se traz lá da escola? Como se deu as primeiras impressões literárias? Se a leitura foi um dia apresentada como obrigação escolar, não seria essa primeira impressão a que ficou registrada em nossa memória afetiva e, portanto a leitura é vista até hoje como obrigação e não como prazer?
E quem disse que não podemos realizar uma releitura de nossa vida através de um bom livro? De uma obra literária que nos conduza a uma reflexão de nossos atos e passos? Qual é a boa para esse verão? Deixe o livro fazer parte de sua vida nesse veraneio. Afinal, ano novo, vida nova, livro na sacola, tchê!

1 comentários:

Luciano costa disse...

Ótimo artigo , parabéns .

Postar um comentário