terça-feira, 14 de maio de 2013

Matando o leitor


Há muitas e variadas formas de matarmos um leitor. Qualquer um de nós, pais, professores, vizinhos, parentes, amigos e conhecidos podemos ser um assassino em potencial no quesito: matar um leitor. Alguma dúvida sobre isso?
Tornamo-nos assassinos não quando damos mais valor para a televisão do que para a palavra escrita, afinal, cada meio de comunicação tem o seu valor e o seu espaço, mas fazemos de nós assassinos em potencial quando, simplesmente, ignoramos a leitura. Vejam que nem falo aqui do ato de desprestigiar a leitura, falo sim do assassinato frio: quando encontramos alguém conhecido que está lendo e nós passamos por tal cena sem nenhum comentário, assim como fazemos quando vemos alguém que está assistindo televisão: “Ah, o que você está vendo?” ou “ “Que programa você gosta de ver?” ou “O que você irá ver na tv hoje à noite?”. Infelizmente, quando passamos por um leitor, raramente perguntamos: “O que você está lendo?” ou “O que você gosta de ler?” ou “ O que você recomenda que eu leia?”.
Quantas vezes dedicamos alguns minutos de nossas vidas e perguntamos aos nossos filhos, quando percebemos que ele está lendo: “O que você está lendo, filho?”  ou “Você está gostando do que está lendo?”. Isto mata o leitor. E os assassinos(muitas vezes sem perceber) estão por aí, espalhados em toda parte. O que mata é a falta do olhar, da atenção. Aos olhos do leitor ele só existirá como pessoa quando estiver assistindo tv ou ouvindo rádio, mas nunca quando estiver lendo. A criatura passa despercebida, invisível. E ninguém quer ser excluído, despercebido, ignorado, e dessa forma, abandona-se o livro.
Para a pessoa que está lendo o desprezo cai como um balde de água fria, soa como se ele ouvisse: “Bah, o carinha está lendo, que desperdício de tempo!” ou “Poxa, nem vou falar com ele, ele está lendo.” Salvo as exceções, ainda temos assassinos de leitores por aí.
E não me dirijo apenas a leitores de obras literárias, falo de leitores de jornais, revistas, HQ, pois os meios de leitura são todos válidos, desde que acrescentem algo em suas vidas, tudo é bem-vindo! Mas, infelizmente, ainda há pessoas que desprezam a leitura e, por conseguinte, desprezam e matam o leitor. Assim se dá os assassinatos de crianças que estão começando a formar o hábito da leitura: pais, professores (pasmem!) e amigos, deixam de lado crianças que estão começando a ler, muitos até oferecem (suborno!) um brinquedo no lugar da leitura! Aí é covardia!!!
Cada coisa em seu tempo! Obviamente que brincar é necessário para a formação da criança como indivíduo, mas ler é preciso!!! Ler é estar vivo! Portanto, cuidemos de nossos atos, não sejamos assassinos de leitores.

Um abraço,          
Cláudia de Villar

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