terça-feira, 9 de agosto de 2016

Geração de órfãos

Sabemos que o tempo não para e que as mudanças estão aí e não podemos fugir delas. Entretanto, algumas mudanças comportamentais alteraram drasticamente a vida harmônica em sociedade. As famílias cada vez mais sendo formadas por mães e filhos e a defasagem na vida econômica trouxe para a atualidade transtornos que, no primeiro momento, foram vistos como fáceis de transpor, agora são motivos de desajustes tanto em casa, na vida social quanto na escola. Conviver está sendo um problema. Conviver em harmonia então é privilégio de alguns. Onde está o erro? Cadê a solução?
Dificilmente encontraremos um único erro, bem como está complicado encontrar uma solução que agrade a todos os novos gostos. Devemos procurar tratamento urgente. Como a dificuldade econômica em se manter uma família está cada vez
maior, as mulheres, antes “do lar” agora vão para a rua. Além disso, uma necessidade de serem todas iguais tapou os olhos de algumas mulheres que viam em sua antiga “tarefa” como algo banal e de pouco valor. Ter valor é ir para a rua trabalhar. Sim, isto tem muito valor. Por outro lado, esquecem-se de serem mães. Infelizmente, temos casos de crianças que já nascem condenadas à orfandade. Embora o vínculo paterno seja muitíssimo importante, é na mãe que a criança se apoia moral, espiritual e emocionalmente. Além do mais, ainda temos as crianças órfãs “de corpo presente”. São aquelas ditas mães que não trabalham fora de casa, mas estão distantes de seus filhos. Estes exemplos são “escondidos” com o material. Não é raro ver crianças pobres ou ricas repletas de presentes materiais e sem o beijo dos pais.
Entendemos que cada vez mais precisamos trabalhar fora para manter a vida. Entretanto, viver sem amor é ser uma máquina e máquinas precisam de alguma forma de energia para se manterem úteis e esta energia está vindo em forma de tecnologia fugaz para as nossas crianças e jovens em formação. Ficamos a pensar o que estes pais que largaram a educação de seus filhos para o virtual pensam como será a velhice deles. Será que os filhos, hoje largados na mão da televisão se importarão com seus pais no futuro? Se, educação vem mais pelo exemplo do que pelas palavras, quais exemplos essa nova sociedade está passando para seus filhos?
Para finalizar este momento de reflexão, lembro-me de um caso em que presenciei de uma criança com uns sete ou oito anos indo sozinha para a escola com o seu celular (a toda altura) em suas mãos. Passou ela por ruas, semáforos e foi cumprir o seu dever de estudante. Será que ela cumprirá o seu papel de filho amoroso quando seus pais estiverem idosos? Quanto desamor. O que esperar destes jovens em sala de aula? Revolta. Muitas vezes, uma revolta silenciosa, camuflada por mau comportamento ou depressão infantil. Vale a pena repensar sobre nossas crianças e jovens para começar a pensar numa solução. Afinal, basta olharmos para os lados para vermos asilos lotados, creches lotadas, escolas lotadas e lares vazios. Onde está o erro e cadê a solução?

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